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No verão passado, como há muito que já não fazia calor suficiente para ir à praia, no primeiro dia da estação realmente quente eu e minha melhor amiga decidimos aproveitar para ir até a Costa da Caparica. Fomos de manhã e quando chegamos à praia estava uma brisa fresca mas agradável. Quando estávamos a estender a toalha e a prepararmo-nos para ir tomar aquele que ia ser o primeiro banho do ano, reparamos que, bastante longe do sítio onde estávamos e à beira do mar, estava um amontoado de gente em roda que qualquer coisa que, do sítio onde estávamos, não conseguíamos identificar o que era, e portanto decidimos aproximarmo-nos. Pudemos verificar que era um golfinho macho, que, por razão desconhecida, como mais tarde disseram no jornal, tinha ido dar à costa. Ficamos chocadas, nunca tínhamos visto um ser vivo daquele tamanho morto, no meio do nada. Era tão bonito mas, numa altura qualquer, num sítio qualquer e de uma forma qualquer, essa beleza tinha acabado. E ninguém sabia como. Fomos embora imediatamente a seguir, mas isso não importou: nosso dia estava irremediavelmente arruinado.