1194_economia
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Oferecido por Por André Catto, g1 04/04/2025 19h07 Atualizado 04/04/2025 Bolsas de valores dos EUA caíram até 10% no acumulado da semana. Quedas vieram após um dia bastante negativo na véspera, quando as bolsas de Nova York já haviam registrado as maiores quedas em um único dia desde 2020. Ao todo, empresas listadas no mercado norte-americano perderam US$ 6 trilhões em valor de mercado entre esta quinta e sexta-feira. A Apple foi a mais impactada: viu seu valor de mercado cair US$ 500 milhões nos últimos dois dias. Cenário piorou após a China anunciar, nesta sexta-feira, que vai impor tarifas de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA, em resposta ao "tarifaço" de Trump. Operador é visto durante o fechamento na Bolsa de Nova York, em 2020. — Foto: Bryan R. Smith/AFP O tombo das bolsas de valores dos Estados Unidos se acentuou nesta sexta-feira (4), dia em que a China anunciou uma retaliação às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Os principais índices norte-americanos derreteram até 10% no acumulado da semana, após quedas próximas de 6% nesta sexta. Veja abaixo: o Dow Jones recuou 5,50%, encerrando a semana com queda acumulada de 7,86%;o SP 500 despencou 5,97%, acumulando perdas de 9,08% na semana;o Nasdaq derreteu 5,82%, chegando a um tombo de 10,02% na semana. Os resultados vieram após um dia bastante negativo na véspera, quando as bolsas de Nova York já haviam registrado as maiores quedas em um único dia desde 2020 — ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19. Ao todo, empresas listadas no mercado norte-americano perderam US$ 6 trilhões em valor de mercado entre esta quinta e sexta-feira, conforme levantamento feito por Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta. "O movimento recente foi puxado principalmente pelo desempenho fraco das chamadas magnificent seven [ou sete magníficas], grupo das sete gigantes da tecnologia que lideraram os mercados nos últimos anos", afirma Rivero. Fazem parte do grupo a Alphabet (dona do Google), Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e a Tesla, fabricante de veículos elétricos do bilionário Elon Musk, homem próximo de Donald Trump. As companhias perderam, juntas, US$ 1 trilhão em valor de mercado na quinta-feira, dia seguinte ao anúncio das tarifas recíprocas pelo presidente norte-americano. Nesta sexta, as perdas foram de US$ 802 bilhões, totalizando US$ 1,8 trilhão em dois dias. A Apple foi a mais impactada: viu seu valor de mercado cair US$ 500 milhões nos últimos dois dias. Apesar disso, a empresa segue como a mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 2,8 trilhões. Ainda de acordo com o levantamento, o total de perdas entre todas as empresas listadas na bolsa de valores dos EUA chegou a US$ 9,81 trilhões desde que Trump assumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro. China retalia Trump e anuncia tarifas de 34% sobre produtos dos EUA; bolsas globais desabam com repercussão Reação da China piorou os mercados A China anunciou nesta sexta-feira que vai impor tarifas de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA, em resposta ao "tarifaço" detalhado por Trump na quarta-feira (2). A taxa é a mesma definida pelo presidente norte-americano contra o país asiático. O tarifaço global já vinha impactando negativamente os mercados, com queda nas principais bolsas dos EUA, Europa e Ásia. No Brasil, os reflexos negativos foram sentidos principalmente nesta sexta-feira, com a disparada do dólar e a forte queda da bolsa. A resposta da China às tarifas de Trump se refletiu em uma piora nas bolsas de valores porque investidores temem um esfriamento econômico e uma escalada da guerra comercial. Se outros países também colocam tarifas, a tendência é de uma inflação disseminada, afetando a atividade econômica em diversas regiões do globo. Há, nesse sentido, temores de que a guerra tarifária diminua a demanda global por bens e serviços — o que afeta o desempenho das bolsas. O tarifaço de Trump Trump detalhou, nesta quarta-feira, as tarifas recíprocas que prometia desde o início de seu mandato. Ele afirmou que as tarifas cobradas sobre os produtos vindos de outros países serão equivalentes a pelo menos a metade das aplicadas pelos mesmos países sobre itens importados dos EUA. No entanto, a fórmula foi feita com base em déficit comercial. Entenda. As regiões mais afetadas foram a Ásia e o Oriente Médio, com taxas que ultrapassam os 40% em alguns casos. A Europa também foi bastante impactada com as tarifas anunciadas pelo presidente, que classificou os comerciantes europeus como "muito duros". O Brasil entrou no grupo que recebeu as tarifas mais suaves, de 10% sobre todas as importações. Trump chamou o anúncio das tarifas recíprocas como "Dia da Libertação". O objetivo do presidente é que essas taxas "libertem" os EUA de produtos estrangeiros. Veja abaixo a lista completa de países atingidos pelas taxas de Trump. * Com informações da agência Reuters