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Trump ironiza líderes mundiais e diz que estão 'puxando saco' para negociar tarifaço

Oferecido por Por Redação g1 09/04/2025 03h18 Atualizado 09/04/2025 O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que líderes mundiais estão "puxando seu saco" para conseguir negociar as tarifas recíprocas. As tarifas individualizadas começaram a valer à 1h desta quarta (9). O destaque é a taxa de 104% imposta aos produtos importados da China. Mais cedo, na terça-feira, Trump havia afirmado acreditar que a China iria concordar com um acordo "em algum momento". Trump em evento do Comitê Nacional Republicano para o Congresso — Foto: Reuters O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que líderes mundiais estão "puxando seu saco" para conseguir negociar as tarifas recíprocas. A declaração foi feita em um jantar do Comitê Nacional Republicano para o Congresso nesta terça (8). "Estou te falando, esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. 'Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo'", disse. Em inglês, Trump usou a expressão "kissing my ass", que significa "bajular" e também pode ser traduzida como "puxando o saco". A tradução literal da expressão é "beijando o meu traseiro". As tarifas individualizadas começaram a valer à 1h desta quarta (9). O destaque é a taxa de 104% imposta aos produtos importados da China. No último sábado (5), as tarifas gerais entraram em vigor. Mais cedo, na terça-feira, Trump havia afirmado acreditar que a China iria concordar com um acordo "em algum momento". Além disso, disse que país "está manipulando a moeda para compensar tarifas". “Tem que dar o braço a torcer. Eles estão manipulando a moeda hoje como uma forma de compensar as tarifas”, disse Trump em um evento no Comitê Nacional Republicano do Congresso. Tarifaço afeta, principalmente, a China Trump diz que ‘tarifaço’ é algo que já deveria ter sido feito Na tarde de terça, a Casa Branca confirmou que as tarifas de 104% dos EUA contra a China começarão a ser cobradas nesta quarta. A China anunciou, na última sexta-feira, uma resposta ao tarifaço de Trump e retaliou os EUA com taxas de 34% sobre todas as importações americanas — a mesma tarifa que os EUA aplicaram sobre os produtos chineses. Trump não gostou e, embora tenha dito, nesta terça, que acredita que a China quer chegar a um acordo, manteve a retaliação de taxar em mais 50% as importações chinesas. A China, por sua vez, disse estar preparada para continuar retaliando e que vai responder, mas que prefere negociar com os EUA. "Os EUA continuam abusando das tarifas para pressionar a China. A China se opõe firmemente a isso e jamais aceitará esse tipo de intimidação", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Internacionais. O Ministério do Comércio ainda reiterou a promessa da terça de continuar revidando até o fim. "A China tem vontade firme e meios abundantes, e contra-atacará resolutamente até o fim", disse um porta-voz. "A China não deseja travar uma guerra comercial, mas o governo chinês jamais ficará de braços cruzados vendo os direitos e interesses legítimos do povo serem prejudicados e violados". Também passam a valer nesta quarta as tarifas recíprocas individualizadas, mais altas, impostas aos países com os quais os EUA têm maiores déficits comerciais. Trump impôs tarifas de 10% a 50% para mais de 180 países. Esse novo capítulo do "tarifaço global" dos EUA começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. A Ásia foi o continente que recebeu as maiores tarifas. A taxa anunciada por Trump para a China no dia foi de 34%, o que faria com que os produtos chineses fossem taxados pelos EUA em 54%, no total.Na sexta-feira (4), a China anunciou que iria impor tarifas também de 34% sobre os produtos americanos, como resposta ao tarifaço.Trump, então, ameaçou cobrar taxas extras de 50% à China se o país não recuasse da retaliação nesta terça. Como Pequim não desistiu, as tarifas de 104% entraram em vigor. Como a tarifa para a China chegou a 104%: No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações vindas da China, que se somou à tarifa de 10% que já era cobrada do país, chegando a 20%;Na quarta-feira da semana passada, dia 2 de abril, Trump anunciou seu plano de "tarifas recíprocas" que incluía uma taxa extra de 34% à China, elevando a alíquota sobre os produtos do país asiático a 54%;Agora, após a retaliação chinesa que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, a Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa sobre o país no patamar de 104%. Tarifas movimentam mercado financeiro Há dias, o mercado financeiro sofre com a incerteza causada pelo tarifaço. Nesta quarta, a maioria das bolsas asiáticas fecharam em queda, com exceção da China. Na Europa, o dia também é de baixa generalizada entre as bolsas. LEIA MAIS Início do 'tarifaço' de Trump derruba bolsas asiáticas, mas China fecha em alta com promessa de retaliação'Tarifaço' de Trump entra em vigor e derruba bolsas da Europa No início da semana, as bolsas de Nova York fecharam em baixa, com o SP 500 batendo abaixo de 5.000 pela primeira vez em quase um ano. Os índices de ações dos EUA viram sua capitalização encolher mais US$ 852 bilhões nesta terça. A perda acumulada já alcança US$ 10,8 trilhões desde 20 de janeiro, dia em que o presidente Donald Trump assumiu a Casa Branca, segundo dados compilados pela consultoria Elos Ayta. O tombo é puxado pelas sete gigantes da tecnologia: Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook) e Tesla. Juntas, as companhias perderam US$ 320 bilhões só nesta segunda. Desde janeiro, o grupo viu seu valor de mercado encolher US$ 4,55 trilhões. No Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou em queda novamente, aos 123.932 pontos. Já o dólar chegou a bater os R$ 6, mas encerrou a R$ 5,9973.


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