1099_economia
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Por Redação g1 10/04/2025 07h48 Atualizado 10/04/2025 Em meio à guerra tarifária com a China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se disse confiante em chegar a um acordo com Pequim. "Ele é meu amigo, o presidente Xi (Jinping)", afirmou Trump. Até a última atualização, o presidente chinês não havia se pronunciado sobre a guerra tarifária. Em uma guerra tarifária sem precedentes, EUA e China vêm aplicando aumentos mútuos de taxas. Trump eleva tarifa contra a China para 125% e suspende temporariamente taxas a outros países Em meio à guerra tarifária com a China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se disse confiante em chegar a um acordo com Pequim e elogiou o presidente chinês, Xi Jinping. "Ele é meu amigo, o presidente Xi (Jinping). Eu gosto dele, eu o respeito, (...) é um cara inteligente que ama seu país, isso é um fato, eu o conheço muito bem", disse Trump durante uma sessão de perguntas e respostas com jornalistas no Salão Oval da Casa Branca na noite de quarta-feira (9). Na conversa, o presidente norte-americano afirmou ainda estar esperançoso que chegará a um acordo com o líder chinês para estancar a guerra tarifária. "Eu acho que ele vai querer chegar a um acordo, acho que isso acontecerá". Até a última atualização desta reportagem, Xi Jinping ainda não havia se pronunciado sobre a guerra tarifária que vem travando contra Trump na última semana. Mas, nesta quinta-feira (10), a Embaixada da China em Washington disse que não recuará. Em uma guerra tarifária sem precedentes, EUA e China vêm aplicando aumentos mútuos de taxas desde que Trump anunciou seu "tarifaço" — um pacote de impostos extras a dezenas de países no mundo inteiro que incluía, até então, um aumento de 34% nas taxas aplicadas a produtos chineses que entram nos EUA. Pequim retaliou, aumentando as tarifas a produtos norte-americanos também em mais 34%. Os EUA se irritaram e passaram as taxas de produtos chineses para 84%. Pequim então comprou a briga e anunciou tarifas de 84% aos produtos dos EUA. O último aumento ocorreu na tarde de quarta, quando o governo norte-americano anunciou que produtos chineses passariam a ser taxados em 125%. 'Vamos passar a perna neles' O tom de Trump na noite de quarta-feira foi bem mais ameno que o do dia anterior, quando ele acusou Pequim de "sempre ter passado a perna" nos cidadãos norte-americanos e afirmou que, agora, fará o mesmo. "Eles sempre nos passaram a perna a torto e a direito. Vamos agora passar a perna neles", disse Trump durante um jantar do Comitê Nacional Republicano para o Congresso, na noite de terça-feira (8). A declaração se refere ao aumento da tarifa aplicada pelos EUA a produtos chineses. Nesta quarta-feira, o governo chinês criticou a fala do presidente dos EUA e o acusou de "bullying" e "atos intimidatórios". "Os EUA continuam a abusar das tarifas sobre a China. A China se opõe firmemente e jamais aceitará tais atos hegemônicos e de bullying", disse o o ministro das Relações Exteriores chinês. "Se os EUA realmente desejam abordar as questões por meio do diálogo e da negociação, devem demonstrar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo. Se os EUA estiverem determinados a travar uma guerra tarifária e comercial, a China continuará a responder até o fim". China ignora ultimato de Trump e promete lutar até o fim 'Puxando o saco' Também no jantar de terça-feira, Trump afirmou que líderes mundiais estão "puxando seu saco" para conseguir negociar as tarifas recíprocas. "Estou te falando, esses países estão nos ligando, puxando o meu saco. Eles estão doidos para fazer um acordo. 'Por favor, por favor, senhor, me deixe fazer um acordo'", disse. Em inglês, Trump usou a expressão "kissing my ass", que significa "bajular" e também pode ser traduzida como "puxando o saco". A tradução literal da expressão é "beijando o meu traseiro". Esse novo capítulo do "tarifaço global" dos EUA começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. As tarifas variam entre 10% e 50%. Trump também acusou a China de manipular "a moeda para compensar tarifas". “Tem que dar o braço a torcer. Eles estão manipulando a moeda hoje como uma forma de compensar as tarifas”, disse Trump no evento. Tarifaço afeta, principalmente, a China Trump diz que ‘tarifaço’ é algo que já deveria ter sido feito Entenda como a taxa sobre a China chegou a 125%: No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações vindas da China, que se somou à tarifa de 10% que já era cobrada do país, chegando a 20%;Na quarta-feira da semana passada, dia 2 de abril, Trump anunciou seu plano de "tarifas recíprocas" que incluía uma taxa extra de 34% à China, elevando a alíquota sobre os produtos do país asiático a 54%;Após a retaliação chinesa que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, a Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa sobre o país no patamar de 104%.Com o anúncio de que a China irá elevar a 84% as taxas sobre os produtos norte-americanos, Trump decidiu subir para 125% a tarifa contra os asiáticos, na mais nova ofensiva. O Ministério do Comércio chinês ainda reiterou a promessa da terça de continuar revidando até o fim. "A China tem vontade firme e meios abundantes, e contra-atacará resolutamente até o fim", disse um porta-voz. "A China não deseja travar uma guerra comercial, mas o governo chinês jamais ficará de braços cruzados vendo os direitos e interesses legítimos do povo serem prejudicados e violados". Tarifas movimentam mercado financeiro Há dias, o mercado financeiro sofre com a incerteza causada pelo tarifaço. Nesta quarta, a maioria das bolsas asiáticas fecharam em queda, com exceção da China. Na Europa, o dia também é de baixa generalizada entre as bolsas. LEIA MAIS Início do 'tarifaço' de Trump derruba bolsas asiáticas, mas China fecha em alta com promessa de retaliação'Tarifaço' de Trump entra em vigor e derruba bolsas da Europa No início da semana, as bolsas de Nova York fecharam em baixa, com o SP 500 batendo abaixo de 5.000 pela primeira vez em quase um ano. Os índices de ações dos EUA viram sua capitalização encolher mais US$ 852 bilhões nesta terça. A perda acumulada já alcança US$ 10,8 trilhões desde 20 de janeiro, dia em que o presidente Donald Trump assumiu a Casa Branca, segundo dados compilados pela consultoria Elos Ayta. O tombo é puxado pelas sete gigantes da tecnologia: Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook) e Tesla. Juntas, as companhias perderam US$ 320 bilhões só nesta segunda. Desde janeiro, o grupo viu seu valor de mercado encolher US$ 4,55 trilhões. No Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou em queda novamente, aos 123.932 pontos. Já o dólar chegou a bater os R$ 6, mas encerrou a R$ 5,9973.