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Escalada tarifária da China é 'um grande erro', diz secretário do Tesouro dos EUA Oferecido por Por Redação g1 08/04/2025 09h21 Atualizado 08/04/2025 Trump exibe tabela com tarifas que devem ser cobradas pelos EUA — Foto: REUTERS O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta terça-feira (8) que o país está negociando as tarifas recíprocas anunciadas na semana passada respondendo a apelos de outros países para evitar mais derretimento nos mercados financeiros e que a retaliação chinesa é um "grande erro". "Acho que foi um grande erro, essa escalada chinesa", disse Bessent em uma entrevista à CNBC. "Somos o país deficitário. Então, o que perdemos com os chineses aumentando as tarifas sobre nós? Exportamos um quinto para eles do que eles exportam para nós. Então, essa é uma mão perdedora para eles." O presidente Donald Trump estará pessoalmente envolvido nas negociações comerciais, segundo o secretário. "Tudo está na mesa", disse Bessent quando perguntado se a União Europeia precisava reduzir as barreiras não tarifárias, incluindo impostos sobre valor agregado. Os EUA verão o que seus parceiros comerciais oferecem, disse ele, citando um acordo de energia no Alasca que o Japão e a Coreia do Sul demonstraram interesse em financiar. "Então essa poderia ser uma alternativa para eles apresentarem isso, porque isso não apenas geraria muitos empregos nos EUA, mas também reduziria o déficit comercial", disse Bessent. Trump diz que ‘tarifaço’ é algo que já deveria ter sido feito Resposta chinesa às ameaças de Trump O porta-voz do ministro de Relações Internacionais chinês, Wang Yi, afirmou que a China "vai revidar até o final" caso os Estados Unidos continuem a impor tarifas sobre as importações. A declaração vem após a ameaça de Donald Trump de taxar em 50% os produtos chineses. Wang Yi, no entanto, reforçou a visão de que ninguém ganha em uma guerra comercial. “Guerras comerciais e guerras tarifárias não têm vencedores, e o protecionismo não tem saída", disse o ministro. Trump deu o prazo até as 13h no horário de Brasília para a China retirar as tarifas de 34% sobre produtos americanos. "Se a China não retirar seu aumento de 34% sobre seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os EUA imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril", publicou Trump em sua rede social. "Além disso, todas as negociações com a China sobre suas reuniões solicitadas conosco serão encerradas", completou no post. O republicano afirmou ainda que as negociações com outros países, que solicitaram reuniões para discutir as tarifas, começarão imediatamente. Mais cedo, a China já havia ameaçado aumentar a retaliação contra os EUA, em resposta à ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa adicional de 50% sobre as importações chinesas. Segundo a Associated Press, o governo afirmou que pretende “tomar contramedidas de forma resoluta para salvaguardar seus próprios direitos e interesses”. O comunicado do Ministério do Comércio, divulgado na madrugada desta terça-feira (8), pelo horário local, noite desta segunda no horário de Brasília, afirmou que a imposição das chamadas “tarifas recíprocas” pelos EUA contra a China é “completamente infundada e representa uma típica prática unilateral de intimidação”. A China já adotou tarifas retaliatórias e o ministério deu a entender que mais medidas poderão ser tomadas. “As contramedidas tomadas pela China visam salvaguardar sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, além de manter a ordem normal do comércio internacional. Elas são completamente legítimas”, afirmou o ministério. “A ameaça dos EUA de escalar as tarifas contra a China é um erro sobre outro erro e expõe mais uma vez a natureza de chantagem dos EUA. A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem em seguir por esse caminho, a China lutará até o fim", finalizou. *Com informações da agência de notícias Reuters