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Dólar desaba e fecha a R$ 5,84 após recuo de Trump em seu ‘tarifaço’; Ibovespa dispara mais de 3% Oferecido por Por Redação g1 — São Paulo 09/04/2025 09h00 Atualizado 09/04/2025 Dólar — Foto: Karolina Kaboompics/Pexels O dólar disparou durante a manhã, mas passou a cair e fechou em forte queda nesta quarta-feira (9), cotado a R$ 5,84. A mudança brusca de direção ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuar do tarifaço contra mais de 180 países. O republicano anunciou que reduzirá para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. A exceção será a China, que retaliou as tarifas aplicadas pelos EUA, e agora terá taxas de importação de 125%. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 6,0961. Na mínima, bateu R$ 5,8292. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, também inverteu o sinal ao longo do dia e fechou em alta de mais de 3%. (veja os detalhes mais abaixo) Houve alívio nos mercados porque, com as tarifas nas alturas, especialistas dizem que a inflação pode acelerar com força nas maiores economia do mundo e gerar uma forte redução no comércio internacional e no consumo da população — o que pode impactar o mundo todo e levar a um período de recessão econômica. Antes do anúncio, o mercado reagia mal à guerra global de tarifas iniciada pelos EUA e intensificada com as retaliações chinesas. Nesta manhã, o Ministério das Finanças da China anunciou que imporá tarifas de 84% sobre os produtos americanos — uma alta de 50 pontos percentuais sobre os 34% que já haviam sido impostos na semana passada. Essa elevação das tarifas pela China foi mais uma resposta aos EUA, que havia elevado a tarifa em resposta à primeira retaliação chinesa. (entenda mais detalhes abaixo) Nesta quarta-feira, a União Europeia também aprovou uma retaliação aos EUA. O bloco de 27 países anunciou que vai aplicar tarifas de 25% sobre uma série de importações dos EUA a partir da próxima terça-feira (15). Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Dólar O dólar fechou em queda de 2,54%, cotado a R$ 5,8452. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: alta de 0,17% na semana;ganho de 2,44% no mês; eperda de 5,41% no ano. No dia anterior, a moeda americana teve alta de 1,47%, cotada a R$ 5,9973. Ibovespa O Ibovespa subiu 3,12%, aos 127.796 pontos. Na máxima do dia, chegou aos 128.649 pontos. Na mínima, bateu os 122.887 pontos. Na véspera, o índice teve baixa de 1,32%, aos 123.932 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: queda de 2,61% na semana;recuo de 4,86% no mês; eganho de 3,03% no ano. O que está mexendo com os mercados? O humor do mercado mudou completamente depois que o presidente dos EUA anunciou que irá pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas, e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra países, exceto a China. Segundo Trump, as taxas contra os chineses aumentarão para 125%, devido às retaliações anunciadas por Pequim nesta semana. "Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Trump. Na mesma publicação, o líder norte-americano anunciou que reduzirá para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. Ele se referiu à decisão como uma "pausa" no tarifaço detalhado na quarta-feira da semana passada, que resultou na escalada da guerra comercial global. Mais cedo, o clima estava azedo depois do anúncio da nova tarifa de 84% cobrada pela China sobre os produtos americanos, que aconteceu no mesmo dia em que entraria em vigor uma tarifa de 104% contra o país asiático. Em duelo com os EUA desde o anúncio das tarifas recíprocas, a China disse que estava preparada para "revidar até o fim" contra o plano de Trump de reduzir as importações. Nesta quarta (9), a União Europeia também aprovou o seu primeiro pacote de retaliação contra as tarifas, apesar de reforçar que está disposta a negociar. O bloco de 27 países decidiu aplicar taxas de 25% sobre uma série de importações dos EUA a partir da próxima terça-feira (15), em etapas. Inicialmente, a ação da UE é uma resposta específica às tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio aplicadas pelos EUA no mês passado. O bloco ainda está avaliando como responder às tarifas sobre automóveis e outras questões mais amplas. A questão para a economia global é que o aumento de tarifas traz as seguintes consequências: As tensões crescentes entre os países elevam as incertezas globais com o futuro da economia. Mais tarifas tornam os produtos que chegam aos países mais caros, o que contribui para um aumento da inflação. Com os preços altos, o mercado teme que aconteça uma redução nos níveis de consumo da população, além de uma queda no comércio internacional. Esse cenário nas maiores economias do mundo eleva os temores por um período de recessão global. Impacto nas bolsas Na Ásia, as bolsas de valores fecharam majoritariamente em baixa, com exceção da China e Hong Kong, que subiram antes do anúncio da nova retaliação chinesa. Na Europa, a expectativa de desaceleração econômica provocou, mais uma vez, uma queda generalizada nas bolsas de valores. Por lá, o índice Euro Stoxx 50, que reúne as ações das principais empresas europeias, fechou em queda de 3,31%. Nos Estados Unidos, houve tempo para reagir ao anúncio de Trump. Wall Street opera com fortes altas. As commodities ligadas ao aquecimento da atividade econômica, como petróleo e minério de ferro — que são muito demandadas quando a produção no país é grande — também sofriam no início do dia, e registravam os seus menores patamares em anos. O barril de petróleo chegou ao entorno dos US$ 60. Durante o pregão, caiu abaixo desse patamar. Segundo levantamento da XP, esse é o menor nível da commodity em quatro anos, desde meados da pandemia de Covid-19, quando o mundo passou por uma forte desaceleração econômica. "Além disso, o preço do minério de ferro cedeu para US$ 90 por tonelada, patamar bem abaixo dos US$ 110 que operava antes dos anúncios das tarifas", destaca o relatório da XP.