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Tarifaço de Trump: China pode desvalorizar a própria moeda para exportar, avalia Meirelles Oferecido por Por Nilson Klava, Matheus Moreira, GloboNews e g1 — São Paulo 09/04/2025 09h31 Atualizado 09/04/2025 A China pode desvalorizar a própria moeda, o yuan, para manter as exportações elevadas em meio ao tarifaço promovido por Trump, avalia o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles. A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou. Os EUA passaram a taxar as importações chinesas em 104% e a China revidou com taxação de 84%. Ao desvalorizar a própria moeda, a China poderia tornar os seus produtos mais competitivos no mercado global, como já fez em outras ocasiões. Tarifaço de Trump: China pode desvalorizar a própria moeda para exportar, avalia Meirelles A China pode desvalorizar a própria moeda, o yuan, para manter as exportações elevadas em meio ao tarifaço promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, avalia o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles. “A China tem como meta número um a exportação e, depois, o consumo interno. Em situações como essa, a China sempre trabalhou para desvalorizar a moeda, de maneira a viabilizar mais exportações. Com isso, os preços em outras moedas ficam menores", disse Meirelles. A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo se intensificou e, nesta quarta-feira (9), os EUA passaram a taxar as importações chinesas em 104%, mais do que dobrando o custo de entrada de bens chineses no mercado americano. Além de retaliar com taxas contra importações americanas, a China pode recorrer à desvalorização do yuan como estratégia para manter exportações — tática já adotada em outros momentos da história. Em 2019, a China, quando Donald Trump estava em seu primeiro mandato como presidente dos EUA, a Casa Branca taxou em 10% produtos exportados pelos chineses. A reação do gigante asiático, na ocasião, foi desvalorizar sua própria moeda ao nível mais baixo em 11 anos, para tornar os seus produtos mais competitivos no mercado global. Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim — Foto: Tingshu Wang/Reuters O governo chinês não recuou e, para além disso, revidou. O Ministério das Finanças da China anunciou nesta quarta que vai impor tarifas de 84% sobre os produtos importados dos EUA. A cobrança dessas tarifas começa já nesta quinta (10). A nova tarifa representa uma alta de 50% sobre os 34% que já haviam sido anunciados pelo governo chinês na semana passada. Os percentuais acompanham as taxas impostas pelos EUA.