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'Hospício tarifário', diz economista sobre batalha comercial entre EUA e China Por Camila Bomfim Apresentadora do Conexão Globonews. 09/04/2025 09h37 Atualizado 09/04/2025 Como a escalada da guerra tarifária afeta a economia? "É um hospício tarifário". É esse o termo usado pela economista Carla Beni para definir a guerra tarifária entre Estados Unidos e China, que teve novos lances na manhã desta quarta-feira (9). No movimento mais recente, a China voltou a retaliar os EUA e elevou seu "tarifaço" para 84% sobre produtos norte-americanos. Professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carla Beni avalia o episódio não apenas como algo grave, mas histórico. "[É um] Hospício tarifário porque você não consegue ter uma previsão e não há racionalidade”, disse a economista em entrevista ao Conexão GloboNews. Carla Beni afirmou que essa escalada pode causar problemas no mundo todo. "Podemos ter dificuldades de novos contratos. Empresas estão suspendendo seus investimentos, estamos quebrando a fidúcia, ou seja, a confiança", detalhou. Segundo Carla, a guerra tarifária deve afetar, por exemplo, a aposentadoria dos norte-americanos – que investem suas economias na bolsa para previdência privada. O efeito: inflação nas prateleiras. O ataque dos Estados Unidos ao sistema de comércio atinge nível desmedido e irracional, gerando resposta forte de um país como a China, que hoje não vive mais somente de exportações e não depende economicamente dos EUA. "Estamos diante da História, de um problema que não tem previsão de acabar tão cedo”, diz Carla. Os Estados Unidos têm muito a perder – e a estridência de Trump é um sinal disso. Enquanto isso, a China segue mostrando que está pronta para a briga e, há décadas, vem montando seu império internacional. Miriam Leitão: China usa desvalorização da moeda para enfrentar tarifaço Retaliação tarifária O Ministério das Finanças da China anunciou nesta quarta-feira (9) que vai impor tarifas de 84% sobre os produtos importados dos Estados Unidos. A cobrança dessas tarifas começa já nesta quinta-feira (10). A nova tarifa representa uma alta de 50% sobre os 34% que já haviam sido anunciados pelo governo chinês na semana passada. Os percentuais acompanham as taxas impostas pelos EUA. A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países. A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Entenda como tarifa imposta à China pode impactar a economia brasileira