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Von der Leyen se diz satisfeita com recuo de Trump: 'Passo importante para estabilizar economia global' Oferecido por Por Redação g1 — São Paulo 10/04/2025 03h39 Atualizado 10/04/2025 Ursula Von der Leyen em 20 de março de 2025 — Foto: Reuters/Yves Herman/File Photo A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse "receber com satisfação" a decisão de Donald Trump de pausar as tarifas recíprocas por 90 dias e reduzir para 10% as taxas de importação contra países, exceto a China. A declaração de Von der Leyen foi feita na rede social X, na manhã desta quinta-feira (10), pelo horário local - madrugada, pelo horário de Brasília. "É um passo importante para estabilizar a economia global", disse na publicação. Horas depois, Von der Leyen confirmou que a União Europeia decidiu pausar a retaliação que havia planejado contra os EUA. "Tomamos nota do anúncio do Presidente Trump. Queremos dar uma chance às negociações. Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE, que contaram com forte apoio dos nossos Estados-membros, vamos suspendê-las por 90 dias", escreveu. Na quarta (9), os países do bloco aprovaram o primeiro pacote de medidas contra o país norte-americano, incluindo uma tarifa de 25% a ser cobrada sobre US$ 21 bilhões em produtos, em etapas, a partir de 15 de abril, como resposta às taxas impostas pelos EUA sobre o aço e alumínio. No entanto, a presidente destacou que "se as negociações não forem satisfatórias, as contramedidas serão aplicadas". Von der Leyen disse, também, que "todas as opções permanecem na mesa" e que o "trabalho preparatório para outras contramedidas continua". O bloco ainda quer retaliar as taxas aplicadas pelos EUA sobre outros produtos, como veículos. Mais cedo, ela já havia dito que "as tarifas são impostos que apenas prejudicam empresas e consumidores. É por isso que tenho defendido consistentemente um acordo de tarifa zero para ambos os lados entre a União Europeia e os Estados Unidos". A líder também voltou a afirmar a importância da união dos países que compõe a União Europeia. E disse que o bloco está "intensificando esforços" para eliminar barreiras do mercado único. "Esta crise deixou uma coisa clara: em tempos de incerteza, o mercado único é nosso pilar de estabilidade e resiliência", disse. Nesta quarta (9), o presidente dos Estados Unidos anunciou seu recuo na imposição de tarifas para todos os países, exceto a China. Segundo Trump, as taxas contra os chineses aumentarão para 125%, devido às retaliações anunciadas por Pequim nesta semana. "Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Trump na Truth Social. (veja a íntegra no fim da reportagem) Trump em evento do Comitê Nacional Republicano para o Congresso — Foto: Reuters A medida é mais um episódio da nova disputa comercial entre EUA e China, iniciada pelo tarifaço de Trump. No último dia 2 de abril, o norte-americano anunciou taxas de importação sobre 180 países de todo o mundo. De lá para cá, ouve retaliações de parte a parte, subindo tarifas de importação. Os EUA haviam imposto uma taxa de 104% aos produtos chineses, que entraria em vigor nesta quarta. Em resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou que subiria tarifas para 84% sobre os produtos americanos. (saiba mais abaixo) "Em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis". Na mesma publicação, o líder norte-americano anunciou que irá reduzir para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. Ele se referiu à decisão como uma "pausa" no tarifaço, que há uma semana resultou na escalada da guerra comercial global. "Autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!" Veja a íntegra do post de Donald Trump "Com base na falta de respeito que a China tem demonstrado aos mercados mundiais, estou aumentando a tarifa cobrada à China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, espero que em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de explorar os EUA e outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e o USTR, para negociar uma solução para os assuntos discutidos relativos ao Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação de Moeda e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de nenhuma forma contra os Estados Unidos, conforme minha forte sugestão, eu autorizei uma PAUSA de 90 dias, e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante este período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela atenção a este assunto!" Trump anuncia pausa das tarifas recíprocas por 90 dias A guerra tarifária entre os gigantes mundiais A nova decisão de Trump vem na esteira das reações chinesas às tarifas impostas pelos EUA. Nesta quarta, os asiáticos anunciaram taxas de 84% sobre os produtos importados dos norte-americanos, com previsão de que a medida passe a valer nesta quinta (10). O contra-ataque chinês veio em resposta à taxa de 104% aplicada pelos EUA — medida que entrou em vigor já nesta quarta. Esse é mais um capítulo da escalada da guerra comercial entre as duas potências mundiais, que se intensificou na última semana. Entenda, ponto a ponto, o embate: Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela de tarifas cobradas de mais de 180 países e regiões, com taxas vão de 10% a 50%.As taxas menores passaram a valer já no último sábado (5). As maiores, que visam atingir países com os quais os EUA têm déficit comercial, seriam cobradas a partir de hoje.A China foi um dos países atingidos — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa alíquota se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.Como resposta ao "tarifaço", o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.Os EUA decidiram, então, aumentar a aposta. Trump deu um prazo até as 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (8) para o país asiático retirar as tarifas, ou seria ou seria taxado em mais 50%, levando o total das tarifas a 104%.A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".