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1037_economia

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Em meio a tarifaço, comércio com EUA bate recorde no 1º trimestre; Brasil importou mais do que exportou Oferecido por Por Alexandro Martello, g1 — Brasília 14/04/2025 08h49 Atualizado 16/04/2025 O comércio entre o Brasil e os EUA bateu recorde no primeiro trimestre deste ano. O resultado positivo acontece em meio às tensões comerciais resultantes do "tarifaço" de Trump que atingiu também o Brasil. De acordo com o "Monitor do Comércio Brasil-EUA", publicado a cada três meses pela Amcham, a corrente de comércio atingiu US$ 20 bilhões entre janeiro e março de 2025. É o maior valor já registrado para o período desde o início da série histórica. O crescimento foi de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Colmércio com os EUA bateu recorde no primeiro trimestre deste ano — Foto: Caminhos do Campo/RPC O comércio entre o Brasil e os Estados Unidos bateu recorde no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14) pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil). O resultado positivo acontece em meio às tensões comerciais resultantes do "tarifaço" imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump à maior parte do planeta, que atingiu também o Brasil – sobretudo, em produtos como aço e alumínio. De acordo com o "Monitor do Comércio Brasil-EUA", publicado a cada três meses pela Amcham, a corrente de comércio atingiu US$ 20 bilhões entre janeiro e março de 2025. É o maior valor já registrado para o período desde o início da série histórica. O crescimento foi de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024. "O resultado reforça a solidez da relação bilateral e o dinamismo do comércio entre os países. Destaques incluem o forte desempenho das exportações da indústria brasileira e o crescimento das importações de bens de alto valor agregado, com ênfase em tecnologia e energia, informou a Amcham Brasil. Guerra tarifária: indústria calçadista do Brasil espera vender mais para os EUA, mas teme invasão de produtos da China Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 9,65 bilhões no primeiro trimestre deste ano, ao mesmo tempo em que as importações totalizaram US$ 10,3 bilhões. Com isso, houve um déficit comercial de US$ 654 milhões para o Brasil no período. “Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam a qualidade e o caráter mutuamente benéfico da relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. As empresas que participam dessa relação desejam ampliar ainda mais comércio e investimentos bilaterais", afirmou Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil. A Amcham Brasil reforçou a importância de preservar um ambiente comercial previsível, transparente e construtivo, pautado pelo diálogo entre os setores público e privado. “É fundamental preservar as condições para que o comércio entre Brasil e Estados Unidos continue gerando inovação, empregos e desenvolvimento para ambos os países”, concluiu Abrão Neto. Tarifaço dos EUA O governo dos EUA anunciou, em março, aumento das tarifas sobre aço e alumínio, impactando as vendas externas brasileiras destes produtos aos EU, que ficaram mais caras. No começo deste mês, o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão, afirmou que é possível que o resultado da balança comercial de março tenha sido influenciado pela decisão dos EUA de subir as tarifas de aço e alumínio, englobando produtos brasileiros. “Pode ser que sim (que tenha impacto), mas a gente ainda não consegue perceber esse efeito direto do aumento da tarifa [de aço e alumínio]”, declarou Brandão, do MDIC, na ocasião. Donald Trump anunciou, na semana passada, a imposição de tarifas a países do mundo que, no entendimento da Casa Branca, "roubam" os EUA na relação comercial. Os produtos brasileiros foram taxados com o menor índice, de 10% Desde o anúncio, países como a China e blocos como a União Europeia passaram a articular uma reação ao "tarifaço". Além disso, México e Canadá já vinham anunciando medidas ao longo das últimas semanas. Nessa quinta-feira (10), Trump recuou e afirmou que irá pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas, e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra países, exceto a China. No caso dos produtos chineses, as taxas impostas pelos Estados Unidos aumentarão para 145%, o que causou retaliações de Pequim. Nesta sexta (11), a China anunciou mais uma medida reciproca, e as tarifas impostas pelo país aos EUA chegaram a 125%. Exportações e importações no trimestre Segundo números da Amcham Brasil, as exportações industriais brasileiras para os EUA somaram US$ 7,8 bilhões entre janeiro e março — o maior valor já registrado para um primeiro trimestre. Com isso, os EUA ampliaram sua liderança como principal destino da indústria brasileira, passando a representar 18,1% do total exportado pelo setor (ante 17,7% no mesmo período de 2024), acrescentou a entidade. Destaques das exportações Sucos (+74,4%)Óleos combustíveis (+42,1%)Café não torrado (+34%)Aeronaves (+14,9%)Semiacabados de ferro ou aço (+14,5%) A carne bovina passou a figurar entre os dez produtos mais exportados para os EUA, com alta expressiva de 111,8%, ocupando a 9ª posição. Importações A pauta de compras nos EUA, segundo a Amcham Brasil, foi dominada por bens manufaturados (89,2%), com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados. As compras de petróleo bruto aumentaram 78,3%, revertendo a tendência de queda anterior e impulsionando o setor energético. Já as importações de gás natural recuaram, refletindo a menor demanda no início do ano.


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