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0889_economia

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Déficit das contas externas sobe 60% no 1º trimestre, diz BC; investimento estrangeiro recua Oferecido por Por Alexandro Martello, g1 — Brasília 28/04/2025 08h57 Atualizado 28/04/2025 O rombo das contas externas brasileiras avançou cerca de 60% no primeiro trimestre deste ano, ao mesmo tempo em que o investimento estrangeiro direto no país recuou, informou o Banco Central (BC) nesta segunda-feira (28). De acordo com a instituição, as contas externas, isto é, transações correntes, registraram um déficit de US$ 19,67 bilhões nos três primeiros meses deste ano, em comparação com US$ 12,39 bilhões no mesmo período do ano passado. Balança comercial entre Brasil e EUA é superavitária para os americanos no primeiro trimestre O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por: balança comercial: que é o comércio de produtos entre o Brasil e outros países;serviços: adquiridos por brasileiros no exterior; erendas: remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior. Um déficit nas transações correntes significa que o Brasil enviou mais dinheiro pra fora – importando bens e serviços e transferindo lucros, por exemplo – do que recebeu dinheiro do exterior (sem contar a conta financeira, que engloba os investimentos estrangeiros). O Banco Central costuma explicar que o tamanho do rombo das contas externas está relacionado com o crescimento da economia. Quando cresce, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também. Por isso, o déficit também sobe A piora das contas externas, no primeiro trimestre, está relacionada principalmente com o desempenho da balança comercial, que teve superávit de US$ 7,87 bilhões. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo foi maior: US$ 16,3 bilhões. Levando em consideração todo o ano passado, o déficit em conta corrente somou cerca de US$ 60 bilhões (valor revisado). Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, em março, um rombo de US$ 58 bilhões. Notas de dólar. — Foto: Luisa Gonzalez/ Reuters Investimentos estrangeiros diretos O BC também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira registraram queda no primeiro bimestre deste ano. Os estrangeiros trouxeram US$ 14,19 bilhões em investimentos nos três primeiros meses de 2025, contra US$ 16,58 bilhões no mesmo período de 2024. Com isso, os investimentos estrangeiros não foram suficientes para "financiar" o rombo das contas externas de US$ 19,67 bilhões registrado no mesmo período. Quando isso acontece, o país tem de se apoiar em outros fluxos de recursos, como aplicações financeiras, para financiar a diferença. A diferença, entretanto, foi modesta. No ano passado completo, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 71,1 bilhões. Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, em março, um valor de US$ 70 bilhões. Gastos de brasileiros no exterior De acordo com dados do Banco Central, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 4,9 bilhões nos três primeiros meses deste ano. Trata-se do maior valor, para este período, desde 2018 (US$ 4,93 bilhões), ou seja, em seis anos. A série histórica para os gastos de estrangeiros no Brasil tem início em 1995. Segundo analistas, as despesas no exterior são influenciadas, principalmente, por dois fatores: o nível de atividade econômica, que influencia a renda da população, e o valor do dólar (que mostrou queda no começo de 2026). Mesmo com a queda do dólar no início de 2025, o patamar da moeda norte-americana segue acima do nível médio dos últimos anos.


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