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IgNobel 2024 premia pesquisas sobre mamíferos que respiram pelo ânus, 'pombos-mísseis' e trutas mortas Por Roberto Peixoto, g1 13/09/2024 09h19 Atualizado 13/09/2024 James Liao aceita o Prêmio de Física por "Demonstrar e explicar as habilidades de natação de uma truta morta" durante a 34ª cerimônia anual do Prêmio IgNobel, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, Massachusetts. — Foto: REUTERS/Brian Snyder O Ig Nobel 2024 foi apresentado nesta última quinta-feira (12) com a distribuição de 10 prêmios para os fatos mais inusitados e/ou irrelevantes da ciência mundial. O brasileiro Felipe Yamashita, natural de Botucatu (SP), levou prêmio de botânica após descobrir que a planta Boquila trifoliolata pode copiar as folhas de plantas artificiais ao seu redor. O objetivo da cerimônia é "celebrar o incomum, homenagear a imaginação e estimular o interesse das pessoas na ciência, na medicina e na tecnologia". O nome da honraria é um trocadilho em inglês com o Prêmio Nobel. "Ig Nobel" pode ser lido como "ignóbil", que significa algo que não é "nobre". Portanto, o apelido sugere uma premiação para pesquisas que, embora não sejam "nobres" ou tradicionais, são curiosas e engraçadas. Entre os principais destaques, também está a pesquisa de uma equipe de pesquisadores japoneses que descobriu que alguns mamíferos conseguem respirar através do ânus. A descoberta surgiu durante a pandemia de Covid-19 e já passou por testes em ratos, porcos e camundongos, mostrando que os animais podem absorver oxigênio através do reto. Agora, o estudo está em fase de ensaio clínico com humanos para verificar se a técnica pode ser uma solução para tratar insuficiências respiratórias. Outra pesquisa curiosa premiada envolveu o uso de pombos como guias de mísseis. Pesquisadores nos Estados Unidos investigaram como treinar essas aves para direcionar mísseis até seus alvos, com base em estudos que sugerem que os pombos são excelentes em reconhecer padrões visuais. Apesar de nunca ter sido implementado na prática, o estudo representa uma tentativa inovadora de explorar habilidades naturais dos animais para fins militares, anunciaram os pesquisadores. Um cientista que investigou como trutas mortas podem influenciar o comportamento de outros peixes em rios também foi premiado. A pesquisa revelou aspectos importantes sobre o impacto ambiental de peixes mortos nesses ecossistemas aquáticos. O trabalho mostrou que mesmo após a morte, as trutas continuam a desempenhar um papel relevante no ambiente, afetando o comportamento de outras espécies ao redor. Já no Reino Unido, uma análise mostrou que alegações de longevidade extrema, como pessoas que vivem mais de 110 anos, geralmente estão ligadas a regiões com poucas certidões de nascimento e onde fraudes de aposentadoria são comuns. Essas áreas têm expectativa de vida média curta, levantando dúvidas sobre a veracidade dos dados de pessoas que alegam viver tanto tempo. A cerimônia do Ig Nobel, realizada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, Massachusetts (EUA), também contou com a entrega dos prêmios por laureados do Nobel, apresentações rápidas de 24 segundos e momentos descontraídos. O ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2007, Eric Maskin, joga um avião de papel durante a 34ª cerimônia anual dos Prêmios IgNobel, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, Massachusetts, EUA, em 12 de setembro de 2024. — Foto: REUTERS/Brian Snyder Veja por categoria os vencedores da 34ª edição: Paz: O prêmio foi para o psicólogo B.F. Skinner, que investigou se pombos vivos poderiam ser usados dentro de mísseis para guiar os projéteis aos alvos. Embora o experimento tenha sido bem-sucedido em mostrar um pombo treinado, o projeto foi abandonado.Botânica: Jacob White e Felipe Yamashita foram premiados por descobrir que a planta Boquila trifoliolata pode copiar as folhas de plantas artificiais ao seu redor. Isso sugere que as plantas podem ter algum tipo de percepção visual.Medicina: Um grupo de pesquisadores da Suíça, Alemanha e Bélgica ganhou o prêmio por mostrar que medicamentos falsificados com efeitos colaterais dolorosos podem ser mais eficazes em pacientes do que os que não causam dor.Física: James Liao, da Universidade da Flórida, recebeu o prêmio por sua pesquisa sobre trutas mortas.Probabilidade: Uma equipe de 50 pesquisadores, majoritariamente dos Países Baixos, comprovou a hipótese de Persi Diaconis de que moedas lançadas têm uma leve tendência a cair com o mesmo lado para cima, após 350.757 lançamentos.Química: Uma equipe de Amsterdã foi premiada por usar cromatografia para separar vermes "bêbados" de "sóbrios". O estudo foi parte de uma pesquisa sobre ciência dos polímeros.Biologia: Fordyce Ely e William Petersen foram reconhecidos por seu experimento de 1940, que demonstrou que vacas produzem menos leite quando um gato está em suas costas e sacos de papel estouram perto delas.Anatomia: Roman Khonsari descobriu que há mais cabelos no couro cabeludo que espiralam no sentido anti-horário no hemisfério sul.Fisiologia: Takanori Takebe recebeu o prêmio por sua pesquisa com mamíferos que podem respirar através dos intestinos usando o ânus. Demografia: Saul Newman mostrou que registros de pessoas muito idosas vêm de lugares com vida curta e problemas como falta de certidões e fraudes. Isso desafia a validade dos recordes de idade extrema. Destaques das edições anteriores Veja abaixo os estudos premiados nos anos anteriores: 2022: pesquisadores da USP ganham com pesquisa sobre sexo entre escorpiões2021: barbas amortecedoras, baratas e chicletes mastigados2020: brasileiro é um dos premiados por pesquisa sobre beijos e desigualdade de renda2019: pizza contra câncer e estudo sobre temperatura do escroto2017: música intravaginal, gatos líquidos e orelhas grandes de idosos2016: efeitos do uso de calças de poliéster, algodão ou lã na vida sexual de ratos2015: 'frangossauro' e teste com picadas de abelha no pênis


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