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Com IA, pesquisadores desvendam mistério de pergaminho soterrado pelo Vesúvio há quase dois mil anos Por Redação g1 07/05/2025 09h07 Atualizado 07/05/2025 Pesquisadores conseguiram identificar o autor de um pergaminho que foi preservado sob as cinzas do Vesúvio, há quase dois milênios. Para isso, usaram uma combinação de inteligência artificial e tecnologia de imagem por raio-x, semelhante à utilizada em exames médicos. O pergaminho faz parte de um conjunto de centenas de manuscritos encontrados na biblioteca de uma luxuosa vila romana. A vila foi soterrada por cinzas e pedra-pomes quando a cidade de Herculano, próxima a Nápoles, foi destruída junto com Pompeia durante a erupção do vulcão. Pesquisadores usaram IA e tecnologia de imagem para ler pergaminho de dois mil anos — Foto: Desafio Vesúvio Pesquisadores conseguiram identificar o autor de um pergaminho que foi preservado sob as cinzas do Vesúvio, há quase dois milênios. Para isso, usaram uma combinação de inteligência artificial e tecnologia de imagem por raio-x, semelhante à utilizada em exames médicos. O pergaminho faz parte de um conjunto de centenas de manuscritos encontrados na biblioteca de uma luxuosa vila romana, que se acredita ter pertencido ao sogro do imperador Júlio César. A vila foi soterrada por cinzas e pedra-pomes quando a cidade de Herculano, próxima a Nápoles, foi destruída junto com Pompeia durante a erupção do vulcão. (Veja a imagem abaixo) Pergaminho estava em meio às cinzas do Vesúvio — Foto: Desafio Vesúvio O pergaminho estava tão danificado que não era possível nem mesmo perceber a olho nu que havia algo escrito. Com isso, não se sabia do que o documento se tratava. A descoberta foi feita pelos pesquisadores Marcel Roth, da Universidade Julius Maximilian de Würzburg (Alemanha), e Micha Nowak, da empresa Gray Swan AI, especializada em segurança com inteligência artificial e sediada em Pittsburgh, nos Estados Unidos. Esta foi a primeira vez que um pergaminho foi lido com esse tipo de tecnologia. Como eles fizeram isso: O pergaminho foi escaneado por um acelerador de partículas no ano passado.A partir das imagens, os pesquisadores adaptaram um modelo de inteligência artificial usado originalmente para análise de exames médicos.O sistema foi treinado para diferenciar áreas com tinta das sem tinta.Após várias leituras, o sistema conseguiu identificar os traços de tinta invisíveis a olho nu e gerar imagens legíveis. O texto revelado faz parte de uma obra em vários volumes, intitulada Sobre os Vícios, escrita no século I a.C. pelo filósofo epicurista Filodemo. Duelo de inteligência artificial: Galaxy S25 x iPhone 16 Na imagem obtida, ao lado da inscrição "Sobre os Vícios" e "Filodemo", aparece o que pode ser a letra grega alfa — uma possível indicação de que se trata do primeiro volume da coleção. A obra completa contém pelo menos dez livros, além de outros textos sobre temas como arrogância, ganância, bajulação e administração doméstica. Nos próximos meses, os especialistas devem revelar ainda mais informações. Dezoito pergaminhos já foram escaneados no laboratório Diamond, no Reino Unido, em março, e outros vinte devem ser analisados nesta semana na Instalação Europeia de Radiação Síncrotron, em Grenoble, na França.