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1261_economia

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Governo se uniu à direita e ao agro para aprovar projeto que permite ao Brasil retaliar 'tarifaço' de Trump Por Octavio Guedes, Matheus Moreira, GloboNews — São Paulo 01/04/2025 13h14 Atualizado 01/04/2025 O governo Lula, a oposição e setores do agronegócio se uniram para aprovar um projeto de lei que permite retaliar comercialmente os EUA. A relatora do projeto é a senadora bolsonarista Tereza Cristina (PP-MS), que foi ministra da Agricultura no governo Bolsonaro e faz parte da Frente Parlamentar da Agropecuária. A união entre governo, direita, bolsonaristas e agronegócio acontece para defender a soberania comercial do Brasil e reagir ao tarifaço imposto pelos EUA. Desde 12 de março, os EUA impuseram uma taxa de 25% sobre a importação de aço e alumínio, afetando o Brasil, segundo maior fornecedor desses produtos ao país. A adesão ao projeto, que uniu governo e oposição, foi justificada como uma defesa da soberania brasileira no comércio global, segundo o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues. Senadores aprovam texto que autoriza Brasil a retaliar 'tarifaço' de Trump O governo Trump conseguiu o que, até pouco tempo atrás, parecia impossível: uniu a esquerda, a direita, o governo Lula e a senadora bolsonarista Tereza Cristina (PP-MS) para aprovar um projeto de lei que permite ao Brasil retaliar comercialmente os EUA em resposta ao tarifaço prometido por ele para esta quarta-feira (2). O projeto deve seguir agora para a análise da Câmara dos Deputados, desde que não haja recurso para votação no plenário principal do Senado. Em discursos recentes, o presidente Lula (PT) vem defendendo que o Brasil adote a reciprocidade nesses casos, respondendo na mesma medida. LEIA MAIS Comissão do Senado aprova texto que autoriza governo a retaliar 'tarifaços' como os de TrumpTarifas de 25% sobre aço e alumínio entram em vigor nos EUA; entenda os impactos para o BrasilBolsonaristas tentam ginástica retórica para explicar elogio de Trump ao sistema eleitoral brasileiro O americano já colocou parte do tarifaço em prática. Desde 12 de março, está em vigor uma taxa de 25% sobre a importação de aço e alumínio, atingindo em cheio o setor siderúrgico. O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço dos EUA, segundo dados do Departamento de Comércio norte-americano. Veja como votou cada senador Presidente dos EUA, Donald Trump, em 30 de março de 2025 — Foto: Reuters/Kevin Lamarque A iniciativa brasileira no Senado marca uma rara convergência entre o PT e o agronegócio, historicamente alinhado ao bolsonarismo. Relatora do projeto, aprovado nesta terça (1º) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tereza Cristina foi ministra da Agricultura no governo Bolsonaro e faz parte da Frente Parlamentar da Agropecuária. O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, confirmou o apoio e brincou com um senador bolsonarista: "Não fique triste! É a nossa aliança com o agro." O projeto autoriza o Executivo a adotar contramedidas contra barreiras comerciais ou legais impostas a produtos brasileiros. Entre as medidas, está a possibilidade de sobretaxar importações de países ou blocos econômicos que retaliem o Brasil, como os EUA. A ampla adesão ao projeto, que uniu governo e oposição, foi justificada como uma defesa da soberania brasileira no comércio global, segundo Randolfe Rodrigues. "Esta medida, aprovada hoje na CAE por unanimidade, será encaminhada para a Câmara e deverá ser aprovada por ampla maioria, senão por unanimidade. É uma afirmação soberana do Brasil diante do mundo. O Brasil, como disse o presidente Lula, não quer ser maior do que ninguém, mas também não aceita ser diminuído por ninguém. Respeito é bom, e a gente aprende em casa”, afirmou.


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