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1078_economia

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'É ingenuidade pensar que podemos substituir produtos americanos por chineses', diz primeiro-ministro francês Oferecido por Por Bruna Miato, g1 11/04/2025 07h51 Atualizado 11/04/2025 François Bayrou, nomeado por Macron primeiro-ministro da França, em agosto de 2024. — Foto: Dimitar Dilkoff/ AFP O primeiro-ministro da França, François Bayrou, afirmou nesta sexta-feira (11) que é "ingenuidade" pensar que o país pode "simplesmente substituir produtos americanos por produtos chineses". A afirmação acontece justamente em um momento em que a China tenta conquistar mais espaço em outros mercados, como o europeu, em meio a uma guerra tarifária que se intensifica a cada dia entre o país e os Estados Unidos. Nesta sexta, o governo chinês anunciou um aumento de 41 pontos percentuais para as tarifas cobradas sobre os produtos americanos, que passaram de 84% para 125%. Na quarta-feira (9), os EUA já haviam elevado, mais uma vez, as taxas cobradas sobre as importações chinesas e, segundo a Casa Branca, as tarifas sobre o país asiático somam, agora, 145%. (entenda mais detalhes da guerra tarifária abaixo) Para lidar com o tarifaço do presidente americano, Donald Trump, a China precisa fortalecer as relações comerciais com outros países, que passariam a absorver os produtos exportados pela segunda maior economia do mundo. E o presidente chinês, Xi Jinping, tem se esforçado para isso, promovendo uma série de conversas com líderes de outros países e defendendo a globalização do comércio — indo no sentido oposto de Trump, que tem se mostrado mais favorável a uma economia mais protecionista. Nesta sexta, por exemplo, Xi se encontrou com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, e disse que a China e os países da União Europeia "devem manter a tendência de globalização econômica e o ambiente do comércio internacional, e resistir conjuntamente ao unilateralismo e à intimidação". Como mostrou reportagem do g1, a guerra tarifária entre os dois países representa um novo obstáculo para o consumo interno da China, que já patina há quase duas décadas. Isso porque, com mais tarifas sobre os produtos chineses, os EUA tendem a comprar menos itens vindos do gigante asiático. E menos comércio pode levar a uma redução na renda da população que trabalha exportando, o que impacta a demanda por consumo dentro do próprio país. Tarifas dos EUA contra a China somam 145%, esclarece Casa Branca Entenda a guerra tarifária entre China e EUA A China voltou a responder o "tarifaço" dos EUA elevando em 41 pontos percentuais suas tarifas sobre os produtos importados americanos. A taxa passou de 84% para 125%. Já nos EUA, as tarifas conta as importações chinesas somam 145%, segundo a Casa Branca. A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países. A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Como resposta ao "tarifaço", o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas. Os EUA decidiram retaliar a retaliação e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%. A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim". Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50 pontos percentuais, para 104%, das tarifas sobre os produtos chineses na tarde de terça. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas. A resposta chinesa veio na manha de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA. No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou, também, que elevaria mais uma vez as tarifas recíprocas sobre os produtos chines, que passou para 125%. Nesta quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% que já era aplicada sobre a China antes, resultando numa tarifa total de 145%. Como resposta, nesta sexta os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%. Também nesta sexta, a missão da China junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) informou que apresentou uma queixa adicional ao órgão contra as tarifas impostas pelos EUA. "Em 10 de abril, os EUA emitiram uma ordem executiva anunciando um novo aumento das chamadas 'tarifas recíprocas' sobre produtos chineses. A China apresentou uma queixa à OMC contra as mais recentes medidas tarifárias dos EUA," disse o comunicado da missão chinesa, citando um porta-voz do Ministério do Comércio.


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