0533_economia
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Gastos de brasileiros no exterior foram os maiores em 10 anos até abril, antes do aumento do IOF, revela Banco Central Oferecido por Por Alexandro Martello, g1 — Brasília 26/05/2025 12h03 Atualizado 26/05/2025 Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 6,58 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, informou nesta segunda-feira (26) o Banco Central. De acordo com a instituição, este é o maior valor, para esse período, desde 2015 — quando somou US$ 6,87 bilhões, ou seja, em dez anos. A série histórica para os gastos de estrangeiros no Brasil tem início em 1995. Camarotti: Oposição tem propostas para derrubar aumento do IOF Segundo analistas, as despesas no exterior são influenciadas, principalmente, por dois fatores: o nível de atividade econômica, que impacta a renda da população, e o valor do dólar (que mostra queda na parcial deste ano). O dólar opera em alta nesta segunda-feira (26), cotado a R$ 5,6565, com recuo de 8,64% na parcial de 2025. Deste modo, Mesmo com a queda no início de 2025, o patamar da moeda norte-americana segue acima do nível médio dos últimos anos. Somente em abril, as despesas de brasileiros lá fora somaram US$ 1,68 bilhão, as maiores, para este mês, desde 2014 (US$ 2,34 bilhões). Com aumento da renda e queda do dólar, gastos de brasileiros no exterior subiu em 2025 — Foto: Reprodução / TV Tem Aumento do IOF A equipe econômica anunciou na semana passada o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para compra de moeda estrangeira, o que vai encarecer essas operações. O imposto só não foi elevado para remessas de brasileiros para contas no exterior direcionadas para investimentos. Segundo o governo e analistas, o aumento do IOF pode evitar uma queda maior do dólar no Brasil. Ou, até mesmo, colocar uma pressão de alta na moeda norte-americana, que tem uma tendência histórica de subir em anos eleitorais, como é o caso de 2026. Contas externas Já o déficit das contas externas brasileiras avançou 52% de janeiro a abril deste ano, segundo informações do Banco Central (BC). De acordo com a instituição, as contas externas, isto é, transações correntes, registraram um déficit de US$ 21,43 bilhões nos quatro primeiros meses de 2025, em comparação com US$ 14,12 bilhões no mesmo período do ano passado. Somente em abril, as contas externas registraram um saldo negativo de US$ 1,35 bilhão, contra um déficit de US$ 1,72 bilhão no mesmo período do ano passado. O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por: balança comercial: que é o comércio de produtos entre o Brasil e outros países;serviços: adquiridos por brasileiros no exterior; erendas: remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior. O Banco Central costuma explicar que o tamanho do rombo das contas externas está relacionado com o crescimento da economia. Quando cresce, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também. Por isso, o déficit também sobe. A piora das contas externas, na parcial até abril, está relacionada principalmente com o desempenho da balança comercial, que teve superávit de US$ 14,9 bilhões. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo foi maior: US$ 24,1 bilhões. Levando em consideração todo o ano passado, o déficit em conta corrente somou cerca de US$ 60 bilhões (valor revisado).Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, em março, um rombo de US$ 58 bilhões. Investimentos estrangeiros diretos O BC também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira registraram queda de janeiro a abril deste ano. Os estrangeiros trouxeram US$ 27,3 bilhões em investimentos nos quatro primeiros meses de 2025, contra US$ 28,5 bilhões no mesmo período de 2024. Mesmo assim, os investimentos estrangeiros foram suficientes para "financiar" o rombo das contas externas de US$ 21,43 bilhões registrado no mesmo período. Somente em abril, os investimentos estrangeiros totalizaram US$ 5,5 bilhões, contra US$ 3,9 bilhões no mesmo mês de 2024. No ano passado completo, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 71,1 bilhões.Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, em março, um valor de US$ 70 bilhões.