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Era dezembro e fazia frio quando nós nos encontramos no parquinho, o show em que iríamos acabara de ser cancelado pois a banda não conseguiu entrar no país a tempo, alguma coisa relacionada a produtos ilícitos no avião, penso eu, não tínhamos o que fazer, nossos pais haviam viajado e só voltariam no dia seguinte, ficamos presos para fora de casa. - Tá tendo uma festa naquela praça velha. - Mônica disse depois de algum tempo - Na verdade, não é bem uma festa, tá mais pra uma galera que eu conheço se juntando pra dançar, ouvir música e beber. O que você acha? Mônica já tinha seus 17 anos e morava praticamente sozinha, ficou trancada pra fora por um descuido dela e também teria que esperar os pais chegarem. Eu não tinha muita certeza de que, sendo quatro anos mais nova que ela, seria a melhor pessoa para ir com ela, mas como não tínhamos nada melhor pra fazer, fomos. Chegando lá, a música já tinha parado e as pessoas começavam a guardar as coisas, nem notaram nossa presença até Mônica perguntar o que estava acontecendo. - “Pô”, Mônica, chegou tarde demais, o “Cebolinha” viu a polícia vindo, “tamo vazando”. - Então sirenes soaram ao longe e todos correram, nos deixando pra trás - Valeu, tchau! - Um deles gritou quando as luzes se tornaram mais fortes.